28 de julho de 2012

Máquina para fazer chá

Exitem alguns modelos de máquinas pra fazer chá por aí, alguns até bem interessantes - embora seja algo que não me atrai. Mas não sabia que existia isso no Brasil. Pois existe - e parece que não vai bem de vendas. É da marca Oster, e tinha o preço de R$ 119,00 e agora está por R$ 24,90 nas Americanas. Não deve ser muito sofisticada, até porque uma das especificações é assim: "Opções de temperatura: Não se aplica ao produto"; como assim? Então faz tudo na mesma temperatura? E qual seria?


Não faço ideia de como ela funciona. Aliás, não vi ninguém dizendo que comprou isso. Também, com um visual desses, só dando de graça.

Atualização
Um leitor contribui nos comentários com um breve relato sobre a tal máquina. É a informação mais decente que há sobre a máquina em toda a internet e, como a empresa se recusou a fornecer uma para eu fazer teste s e publicar, acaba sendo a única:

"Eu comprei e, apesar de amar chá, uso somente para fazer chá gelado (em especial chá preto com limão, ou de vez em quando um mate).

Para chá quente ele é bem ruim, deixa a água quente demais e não presta para chás mais delicados."


26 de julho de 2012

Rooibos do filme Valente

A Republic of Tea lançou esta latinha de uma infusão baseada no filme Valente, da Disney-Pixar. Não vi o filme nem vou ver, mas acho interessante a ideia da empresa de se associar a uma produção cinematográfica para lançar um "chá". Os ingredientes parecem combinar bem: rooibos, laranja e caramelo. São 36 saquinhos não-branqueados por um valor de $9,50.


Só não entendi por que o blend é com laranja e na foto temos tangerinas...



24 de julho de 2012

Amostras - Right from NY

Conforme a pessoa vai provando chás, é bom ir anotando de alguma forma o que acha, porque daqui a um mês já esqueceu. Como são muitas as amostras - e elas acabam rápido - isso se faz mais necessário, já que um chá que se toma somente 2 ou 3 xícaras passa rápido na memória. Fiz então algumas anotações das amostras que a Márcia enviou pra mim, as quais ela trouxe diretamente de Nova Iorque. Nem ia publicar, mas como acabei fotografando eles todos achei bom ter isso no blog.

 
Ginger Oolong - Harvey & Sons - Aroma interessantíssimo, acabou resultando em uma infusão que não me despertou interesse (um pouco enjoativa e sem nenhum gengibre - o tal "ginger"). Só depois, quando tentei um tempo de infusão mais longo (uns 5 minutos) consegui apreciar melhor, sem o adocicado enjoativo que tinha no começo e deixando aparecer algo que podia ser gengibre ao fundo. Nota: 3/6


Rain Flower - Radience - Chá verde suave, leve, agradável para um dia agradável; bom mas geralmente prefiro os de corpo mais acentuado. Nota: 2,5/6



Silver Needle - Radiance - Um dos mais importantes chás brancos não conseguiu me conquistar. Sabor vegetal demais, corpo forte, um tanto adstringente, não fica entre meus preferidos. Provei outros depois dele e agora já sei que não sou bom com chás brancos, nem é culpa deste chá específico. Nota: 2/6


African Dew - Alice's Tea Cup - Grande chá preto. Aqui uma das excessões a um dos indicativos de qualidade: apesar de as folhas serem trituradas, é de muito boa qualidade. Um aroma e um sabor agradáveis com um longo aftertaste adocicado. Ótimo, mas fica amargo fácil (geralmente no fim da xícara ele está amargo, pois sempre sobra um pozinho de folhas que não foram filtradas). Nota: 5/6


Emperor's Clouds and Mist - Teavana - Chá verde muito bom. Me lembrou bastante o Lung Ching, talvez com menos notas tostadas. As folhas enroladas abrem completamente na infusão e ficam inteiras e bem verdes. Nota: 4,5/6


Gunpowder - Harney & Sons - Sabor defumado, corpo forte sem ser vegetal; ótimo chá. Nota: 5/6


21 de julho de 2012

Infusores engraçadinhos

Um dos modos de se preparar chás de folha solta é com infusores, e eles existem de vários tipos. Não me dou muito bem com eles, sempre acho que estão interferindo no sabor do chá, mas alguns são, pelo menos, um objeto curioso.

Descobri este do pato há um tempo. Não gosto e é infantil, mas é engraçado.


Este do dinossauro achei por acaso ontem. É de silicone e eu não colocaria meu chá ali.


Este do robô é meu preferido. Não tem muito espaço para os chás em que as folhas crescem, mas as mãos ajustáveis que seguram nas bordas dão um certo charme trágico.
Geralmente eu uso um infusor de cerâmica, que é o único que eu acho que não interfere no meu chá. Ou uso um coador. Mas até com coador é preciso ter cuidado. Comprei um pirata de "aço inox" que já enferrujou e desconfio que libera gosto de metal nas infusões...

20 de julho de 2012

Resposta da The Gourmet Tea

Bom, o texto aqui no blog resultou em contato do Daniel Neuman, da The Gourmet Tea. Ele escreveu o seguinte:

"Desculpe não ter respondido o seu e-mail/a sua solicitação anteriormente. Como a sua pergunta não foi sobre serviço (preços, endereço e etc.) a minha intenção era te responder pessoalmente diferente do habitual. Porém, infelizmente, não fizemos isso em tempo hábil.

Agora respondendo a sua dúvida, o nosso Green House Blend é um chá desenvolvido para um resultado bem suave na xícara. Trabalhamos com Montanhas de Wuyan, província de Jiangxi na China e Montanhas de Ghat em Oothu na Índia."

Fico agradecido ao Daniel por ter respondido e por ter visitado o blog. Não seria apenas isso que eu perguntaria se ele tivesse respondido antes (meu último contato foi 18 de junho, só pra constar) para poder escrever sobre o chá, mas agora este chá já passou. Virão outros, da própria The Gourmet Tea, no futuro.

16 de julho de 2012

Tomando chá: Green House Blend / The gourmet tea

Este é um blend de chás da Índia e da China, diz a The Gourmet Tea. Não sei nada mais sobre os tipos do chá incluídos porque eles se recusaram a responder os dois contatos que eu fiz para pedir alguma informação extra. Não me disseram nem "oi" nem "oi?". Não sei qual a finalidade de não responder a um consumidor que tem dúvidas pertinentes sobre um produto do qual eles não dizem muita coisa (aliás, alguém que se dispunha a escrever sobre o produto deles). Enfim, o chá não é assim dos melhores mesmo, e com a antipatia que arrecadaram eu não poderia nem gostar mais.


É muito diferente dos chás verdes tradicionais. Pelo menos dos chineses. Nunca provei chá verde indiano, talvez seja assim mais herbal mesmo. De qualquer forma, é um sabor que, em princípio, não me agrada muito, se afasta muito do chá verde para eu achar um bom chá verde. Entretanto, isso deve ser um ponto positivo para quem não vai muito com a cara dos verdes.

Embora não me recorde que gosto têm boldo e erva cidreira, me lembrei deles quando bebi. Na verdade, nem foi preciso tomar, é só abrir a latinha de papelão que o aroma se pronuncia. O sabor e o aroma muito herbais têm notas de orégano e pode lembrar um pouco pimenta-do-reino na boca. É gostoso se esta for a sua intenção: algo que lembra infusão medicinal e é um pouco exótico.


Vendo por este ângulo, é bom, tem um sabor confortável, encorpado, e não tem propensão a ficar amargo. É agradável para acompanhar salgados, cai bem num dia frio e talvez seja bem refrescante gelado (não experimentei).

A qualidade dele é que não me parece assim das mais "gourmets". Muitas folhas quebradas; bem quebradas, quero dizer, do tipo que passam pelo coador. E muitos galhos. Embora vir galhos não seja um pecado mortal, vir muitos galhos e folhas muito quebradas (quando este não é o objetivo) é um índice de pouco critério na produção, na colheita, no empacotamento, no transporte, sei lá onde, mas é.

Galhos e folhas bem quebradas

Comprei em uma loja Café do Mercado, por R$ 30,00 a embalagem de 45g, em maio. A infusão fica uma cor laranja escura; as folhas secas parecem ser de dois tipos, algumas mais escuras, meio enroladas, e outras de um verde pouco saturado (às vezes tendendo ao marrom), parecem prensadas; depois de passarem pela água, às vezes parecem que foram mastigadas, de tão quebradas que são (depende de que porção você pega,
várias folhas são de bom tamanho). 


Preparo geralmente com água entre 85° e 90°C, deixando em infusão por um pouco menos de 3 minutos. Dá para fazer uma boa segunda infusão com 1 minuto a mais, e não lembro se já tentei fazer uma terceira (não gostei tanto assim). Se quiser poupar, use só meia colher e aumente o tempo de infusão. 

O que:  Green Tea House Blend / Chá verde
De quem: The Gourmet Tea / São Paulo
Para comprarhttp://thegourmettea.com.br (em Porto Alegre, nas lojas Café do Mercado)
1ª infusão: 1 col. (chá) em 1 xícara (220ml) por menos de 3 minutos aos 85°/90° (ou 1/2 col. por 4 minutos)



13 de julho de 2012

Receita: Bolo irlandês de chá

Não sou exatamente fã de nada com passas de uva, mas logo que soube desse típico bolo irlandês (chamado Irish Tea Cake ou Brack), fiquei logo com vontade de fazer - afinal as passas são hidratadas com chá preto. Não fazia ideia do sabor que ia resultar e acabei me surpreendendo: fica um bolo exótico, com gosto muito marcante e diferente.

É uma receita sem gordura, e a massa ficaria um pouco seca por causa disso, mas a presença das passas com chá traz umidade e uma certa cremosidade. É ótimo para ser apreciado com um chá preto bem encorpado.

O lado menos bom de ter esse gosto exótico e marcante é que ele acaba sendo um tanto enjoadiço. Dois dias depois de tê-lo preparado (ele durou mais de dois dias, sim), pouco podia vê-lo na frente.


Bolo irlandês de chá preto

250g de passas brancas
400ml de chá preto preparado (para hidratar as passas)
1 1/2 xícara de açúcar mascavo
1 ovo
130ml de chá preto preparado (para incluir na massa)
1/2 colher (chá) de canela em pó
2 xícaras de farinha de trigo
3 colheres (chá) de fermento em pó químico
1/2 colher (chá) de sal

Para o chá: nos 400ml de água você pode usar 2 ou 3 colheres de chá em folha ou de dois a três sachês. Quanto mais, mais forte. Usando chá em sachê - o famoso saquinho - não deixe em infusão por mais de dois minutos para não ficar amargo.

A massa: Deixe de molho de um dia para o outro (ou por pelo menos 5 horas) as passas no chá preto com 1 colher do açúcar.  Eu coloquei o chá ainda morno, mas pode ser frio também.

Depois de hidratadas, escorra as passas (elas devem sugar boa parte do líquido). Junte a elas o açúcar, o ovo, a canela e os 150ml de novo chá recém-preparado (uma colher de chá ou um sachê nos 150ml de água). Misture tudo e acrescente aos poucos a farinha junto com o fermento e o sal.

Coloque em uma fôrma untada e enfarinhada e leve ao forno pré-aquecido. Deve ficar pronto em uns 40 minutos.



* As receitas deste bolo geralmente incluem na massa o chá que ficou de molho com as passas, mas pra mim ele ficou com um gosto muito forte. O bolo já tem um sabor bem acentuado, achei melhor fazer um chá novo e descartar aquele.

* Algumas receitas pedem que se adicione "mixed spice", que é uma mistura de várias especiarias em pó. Como aqui no Brasil isso é raro encontrar, escolhi usar somente a canela. Mas imagino que adicionar também pelo menos noz-moscada daria um sabor ainda mais interessante.

* Utilizei chá preto Tupi, um chá decente vendido em caixas de 100g, com as folhas (picotadas) soltas, por um preço bem bom nos supermercados Zaffari. Chás de saquinho geralmente não têm sabor muito marcante e não devem dar resultado tão bom; chás de folhas inteiras podem dar resultado melhor (ou não, depende do chá).

* Pode também ser feito com passas de uvas pretas ou uma mistura das duas. A receita original na qual me baseei pede 500g de passas, mas realmente achei um exagero.



10 de julho de 2012

Vídeo: Como preparar pu-erh

Assim que recebi meus mini pu-erhs resolvi fazer um vídeo, algo que há tempos estava pensando. Quando procurei informações de como prepará-los me deparei com dezenas de textos e vídeos de instruções no método chinês (gong fu), que tem uma outra proposta, mas nada de modo "ocidental" (a não ser vídeos toscos de pessoas botando o pu-erh iteiro num copo e tentando despedaçar com uma colher).
Provavelmente nem tudo que eu faço seria aprovado pelo Comitê Chinês do Chá (o CCC, que, se não existe, deveria existir),  mas é um jeito decente de preparar. E o vídeo foi divertido de fazer.





5 de julho de 2012

O drama de quem não consegue mais tomar café


Eu era um bom coffee drinker até que comecei a tomar chás. Tomava de duas a três xícaras grandes de café toda tarde. Fazia na cafeteira elétrica, com água da torneira mesmo, entornava duas colheres de açúcar (ou, nos últimos tempos, uma de açúcar e um pouco de adoçante, porque barriga ninguém quer) e mesmo quando não ficava bom, era suficiente. Às vezes eu pensava em almoçar só para tomar café depois.

Esses tempos se foram. Depois que comecei a tomar chá, e ler e aprender sobre a bebida, as coisas tomaram outro rumo. Completamente cessei com o café. Chá sempre me agradou mais no inverno (os malditos de saquinho), mas nunca tive problema em retomar o café. Pois agora, depois de semanas apenas com chás verdes e pretos e brancos e outras cores quaisquer que os chineses inventem, não consigo mais me dar bem com café.

Chá, para mim, requer mais atenção, um pouco mais de inserção no processo, desperta bem mais o paladar para pequenos detalhes, é mais simples mas é mais complexo. Passei para outro patamar (nem melhor nem pior, apenas diferente) minha sensibilidade gustativa, não consegui mais gostar da tosquice que geralmente é café. Tentei fazer direito: com água mineral, fervendo e não fervendo, com pré-infusão, lavando o filtro de papel, botando mais, botando menos, sem açúcar, com leite, enfim...

Tentei com o pó que tinha aqui em casa (um tal de Pilão Origem, super adstringente) e achei um terror. Tentei em cafeterias, mas só consigo tomar espresso com chantilly, senão dá vontade de chorar no cantinho.

Comprei o tão esperado Café do Mercado e foi triste. Aliás, sobre este último: apesar de ter pedido torra suave o cheiro é muito amargo (é ótimo, se sente de longe - tenho que guardar fechado em dois potes para não infestar a cozinha - mas o cheiro, sim, é amargo). Esse café gourmet  do Mercado é o primeiro do tipo que eu compro, porém não me adiantou de nada: puro (como eu tomo chá) é um horror, com açúcar o sabor do café cai e fica um negócio enjoativo e intragável.

Não estou dizendo que seja culpa especificamente do Café do Mercado - de quem todo coffee drinker fala bem (e eu, decerto, falaria maravilhas há três meses) -, mas que ele não se apresentou nada além de um café Bom Jesus, isso é bem verdade. Apesar de grãos arábica e outras balelas de marcas de café, tenho achado ruim.

Contudo, deve ser culpa dos chás. Culpe a cammelia sinensis, 3 Corações, por eu não estar mais comprando 500g do seu Premium todo mês.


4 de julho de 2012

Pu-erh dos infernos

Parecia algo interessante, uns chás pu-erh com preço baixo no Ebay. Aceitei o presente e aguardei quase dois meses para eles chegarem (não é fácil comprar nada da China ultimamente). Chegaram e são esses aí. Bem bonitinhos, os quadradinhos puros e os redondinhos aromatizados (dizem) com crisântemo, inclusive com algumas pétalas no meio.


O próximo passo foi preparar. É bem divertido, bom para relaxar: tem que separar as folhas, fazer uma primeira infusão para "lavar", depois a infusão propriamente dita. Achei tão bacana que fiz um vídeo, que estará por aqui em breve...

Pu-erh pelado
A última etapa era beber e deliciar-se (pelo menos era este o objetivo). Porém, preparei um dos redondos e achei tão ruim que não consegui tomar mais que meia xícara. Um gosto de terra velha molhada que não é nada agradável. Sei que pu-erh tem um gosto mais ou menos terroso, que vem do processo de envelhecimento, e que os envelhecidos de verdade são mais suaves, teoricamente, e os envelhecidos artificialmente têm um sabor mais pronunciado, mas realmente espero que um bom pu-erh não se assemelhe em nada a esse gosto de água que lavou a botina do imperador Ming.

Para comparação de tamanho: são pequenos os medonhos
Imagino que estes que provei se comparam aos pu-erhs "reais" assim como um saquinho de chá preto Multiervas se compara a um Keemun: o nível de qualidade e exigência é outro. No Brasil, sei que há para vender pu-erh de boa qualidade no Chá Yê e na Talchá. Espero prová-los e gostar quando for a hora. 

2 de julho de 2012

Novidades (ou não) no supermercado

Por acaso, indo a um supermercado Zaffari onde eu nunca havia estado, passei pela sessão de chás e percebi duas novidades por aqui. Primeira: os "chás" em "latinha" (não são chás, são infusões de frutas e flores e a embalagem é de papelão, na verdade), da Dr. Oetker: a granel, embalagem colorida que dá vontade de comprar - tem inclusive uma caixa que acompanha a infusão e um infusor de silicone. Custava uns R$ 9,00 o produto sem infusor, mas como infusão de frutas não é o meu barato, não cogitei comprar.

Foto: blog da Mari Assmann 

A segunda é importada. Chá preto Lipton aromatizado (um de caramelo e baunilha e outro de amora) e com sachê em forma de pirâmide (que deixa espaço para as folhas expandirem, resultando, teoricamente, em uma infusão de melhor qualidade). Este sim fiquei com muita vontade de trazer pra casa, mas depois de ver que estava custando R$ 22,00 e tem amido de milho na composição (diz que tem caramelo de verdade, mas é feito com maizena?), realmente perdi o entusiasmo. 


O que eu comprei foi um chá verde desses industrializados em caixa, da marca Feel Good, pra tomar gelado. Em breve falarei mais sobre.


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